segunda-feira, 31 de março de 2014

Disciplina Trabalho e Sociabilidade: Atividade Extraclasse: Questão 002

Na acepção de Marx e Engels em A Ideologia Alemã, datada de 1845-6, o processo de divisão técnica do trabalho na manufatura, incluindo-se a divisão entre trabalho manual e intelectual é, essencialmente, divisão entre classes sociais, burguesa e proletariado, isto é, relação entre capital e trabalho, a base da exploração e da dominação social.
A partir desse pressuposto teórico, assinale a opção correta.
a)      Segundo Karl Marx, no processo de compra e venda de força de trabalho ocorre uma troca de equivalentes.
b)      Marx afirma que na sociedade capitalista o trabalhador se torna uma mercadoria.
c)      A expressão “trabalho livre” significa a separação entre a força de trabalho e a propriedade dos meios de produção.
d)     A crítica de Marx à economia política consistiu em aponta que as relações de produção capitalista constituem relações de produção de valores de uso.

e)      Para Marx a venda da força de trabalho constitui uma das alternativas que o trabalhador possui para garantir, por meio do salário, sua sobrevivência.

domingo, 30 de março de 2014

Serviço Social, 1º Ano. Atividade Extraclasse da Disciplina: Trabalho e Sociabilidade.

A partir da compreensão dos textos que estão sendo trabalhados em sala de aula (Evolução da Propriedade e Trabalho Estranhado, ambos de Marx) bem como do trecho do texto abaixo assinalado (Divisão do Trabalho, Marx), busque responder a enquete ao lado, justificando sua resposta no link "Nenhum comentário:". A questão a ser respondido foi objeto do Concurso para Assistente Social do Tribunal Regional Federal da 9ª Região.


Texto 1 (Evolução da Propriedade, de Karl Marx):

“Não a unidade dos homens vivos e ativos com as condições naturais, inorgânicas do seu metabolismo com a natureza, e por conseguinte a sua apropriação da natureza – precisa de explicação ou é resultado de um processo histórico, mas a separação entre essas condições inorgânicas da existência humana e esta existência ativa, uma separação tal como é primeiro posta completamente na relação entre trabalho assalariado e capital. [...] De um lado estes são pressupostos históricos para que o trabalhador seja encontrado como trabalhador livre, como capacidade de trabalho puramente subjetiva, sem o elemento objetivo, frente às condições objetivas de produção como a sua não-propriedade, como propriedade alheia, como valor que é para si, como capital.” (K. Marx, A Evolução da Propriedade, p.339,348)

Texto 2 (Trabalho Estranhado, de Karl Marx):

“O homem é um ser genérico (Gattungswesen), não somente quando prática e teoricamente faz do gênero, tanto do seu próprio quanto do restante das coisas, o seu objeto, mas também – e isto é somente uma outra expressão da mesma coisa – quando se relaciona consigo mesmo como [com] o gênero vivo, presente, quando se relaciona consigo mesmo como [com] um ser universal, [e] por isso livre. [...] Praticamente, a universalidade do homem aparece precisamente na universalidade que faz da natureza inteira o seu corpo inorgânico, tanto na medida  em que ela é 1) um meio de vida imediato, quanto na medida em que ela é o objeto/matéria e o instrumento de sua atividade vital. A natureza é o corpo inorgânico do homem, a saber, a natureza enquanto ela mesma não é corpo humano. [...] Na medida em que o trabalho estranhado 1) estranha do homem a natureza, 2) [e o homem] de si mesmo, de sua própria função ativa, de sua atividade vital; ela estranha do homem o gênero [humano]. Faz-lhe da vida genérica apenas um meio da vida individual. Primeiro estranha a vida genérica, assim como a vida individual. Segundo, faz da última em sua abstração um fim da primeira, igualmente em sua forma abstrata e estranhada. Pois primeiramente o trabalho, a atividade vital, a vida produtiva mesma aparece ao homem apenas como um meio para satisfação de uma carência, a necessidade de uma manutenção da existência física. A vida produtiva é, porém, a vida genérica. É a vida engendradora da vida.” (“Propriedade Privada e Carências, [Fragmentos] [divisão do trabalho]”, in Manuscritos econômico-filosóficos, Boitempo Editorial, 2004, p. 83,84).
Texto 3 (Divisão do Trabalho):

"A sociedade - assim como aparece para o economista nacional - é a sociedade burguesa (bürgerliche Gesellschft), na qual cada indivíduo é um todo de carências, e apenas ׀׀ [XXX] V é para o outro, assim como o outro apenas é para ele na medida em que se tornam reciprocamente meio. O economista nacional – tão bem quanto a política nos seus direitos humanos – reduz tudo ao homem, isto é, ao indivíduo, do qual retira toda determinidade, para o fixar como capitalista ou trabalhador.

A divisão do trabalho é a expressão nacional-econômica da sociabilidade* (Gesellschaftlichkeit) do trabalho no interior do estranhamento. Ou, posto que o trabalho* é apenas uma expressão da atividade humana no interior da exteriorização, a externação da vida enquanto exteriorização da vida, assim também a divisão do trabalho não é outra coisa senão o assentar (Setzen) exteriorizado, estranhado, da atividade humana como uma atividade genérica real ou enquanto atividade do homem como ser genérico” (“Propriedade Privada e Carências, [Fragmentos] [divisão do trabalho], in Manuscritos econômico-filosóficos, Boitempo Editorial, 2004, p. 149,150).

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Questão 001. A questão social está intrinsecamente relacionada à estrutura econômica e social e as condições de trabalho são parte essencial na configuração dessa estrutura. Sendo o trabalho a expressão da atividade humana, a divisão do trabalho pode ser considerada como:

(A) o respeito às diferenças de gênero (homem/mulher) e de etnias.

(B) a forma organizada de atribuir tarefas, sendo as mais simples para os trabalhadores menos habilitados.

(C) o estabelecimento alienado da atividade humana genérica real ou da atividade do homem enquanto ser genérico.

(D) a condição de tornar o produto mais simples, na medida em que o trabalhador o confeccionará com maior propriedade.


(E)  a forma planejada de organização do trabalho dependendo, porém, da integração voluntária dos trabalhadores.