A partir da compreensão dos textos que estão sendo trabalhados em sala de aula (Evolução da Propriedade e Trabalho Estranhado, ambos de Marx) bem como do trecho do texto abaixo assinalado (Divisão do Trabalho, Marx), busque responder a enquete ao lado, justificando sua resposta no link "Nenhum comentário:". A questão a ser respondido foi objeto do Concurso para Assistente Social do Tribunal Regional Federal da 9ª Região.
Texto 1 (Evolução da Propriedade, de Karl Marx):
“Não a unidade dos homens vivos e ativos com as
condições naturais, inorgânicas do seu metabolismo com a natureza, e por
conseguinte a sua apropriação da natureza – precisa de explicação ou é
resultado de um processo histórico, mas a separação
entre essas condições inorgânicas da existência humana e esta existência ativa,
uma separação tal como é primeiro posta completamente na relação entre trabalho
assalariado e capital. [...] De um lado estes são pressupostos históricos para
que o trabalhador seja encontrado como trabalhador livre, como capacidade de
trabalho puramente subjetiva, sem o elemento objetivo, frente às condições
objetivas de produção como a sua não-propriedade,
como propriedade alheia, como valor que é para si, como capital.” (K.
Marx, A Evolução da Propriedade, p.339,348)
Texto 2 (Trabalho Estranhado, de Karl Marx):
“O homem é
um ser genérico (Gattungswesen), não
somente quando prática e teoricamente faz do gênero, tanto do seu próprio quanto
do restante das coisas, o seu objeto, mas também – e isto é somente uma outra
expressão da mesma coisa – quando se relaciona consigo mesmo como [com] o
gênero vivo, presente, quando se relaciona consigo mesmo como [com] um ser universal, [e] por isso livre. [...]
Praticamente, a universalidade do homem aparece precisamente na universalidade
que faz da natureza inteira o seu corpo inorgânico,
tanto na medida em que ela é 1) um meio
de vida imediato, quanto na medida em que ela é o objeto/matéria e o instrumento
de sua atividade vital. A natureza é o corpo
inorgânico do homem, a saber, a natureza enquanto ela mesma não é corpo
humano. [...] Na medida em que o trabalho estranhado 1) estranha do homem a
natureza, 2) [e o homem] de si mesmo, de sua própria função ativa, de sua
atividade vital; ela estranha do homem o gênero
[humano]. Faz-lhe da vida genérica
apenas um meio da vida individual. Primeiro estranha a vida genérica, assim
como a vida individual. Segundo, faz da última em sua abstração um fim da primeira,
igualmente em sua forma abstrata e estranhada. Pois primeiramente o trabalho, a
atividade vital, a vida produtiva mesma aparece ao homem
apenas como um meio para satisfação
de uma carência, a necessidade de uma manutenção da existência física. A vida
produtiva é, porém, a vida genérica. É a vida engendradora da vida.” (“Propriedade
Privada e Carências, [Fragmentos] [divisão do trabalho]”, in Manuscritos econômico-filosóficos, Boitempo Editorial, 2004, p.
83,84).
Texto 3 (Divisão do Trabalho):
"A sociedade - assim como aparece para o economista
nacional - é a sociedade burguesa (bürgerliche Gesellschft), na qual cada indivíduo é um todo de carências, e apenas
׀׀ [XXX] V é para o outro, assim como o outro apenas é para ele na
medida em que se tornam reciprocamente meio. O economista nacional – tão bem
quanto a política nos seus direitos
humanos – reduz tudo ao homem, isto é, ao indivíduo, do qual retira toda
determinidade, para o fixar como capitalista ou trabalhador.
A divisão do trabalho é a expressão
nacional-econômica da sociabilidade* (Gesellschaftlichkeit) do trabalho no interior do
estranhamento. Ou, posto que o trabalho*
é apenas uma expressão da atividade humana no interior da exteriorização, a
externação da vida enquanto exteriorização da vida, assim também a divisão do trabalho não é outra coisa
senão o assentar (Setzen) exteriorizado, estranhado, da atividade humana como uma atividade genérica real ou enquanto atividade do homem como ser genérico” (“Propriedade Privada e
Carências, [Fragmentos] [divisão do trabalho], in Manuscritos econômico-filosóficos, Boitempo Editorial, 2004, p.
149,150).
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Questão 001.
A questão social está intrinsecamente relacionada à
estrutura econômica e social e as condições de trabalho são parte essencial na
configuração dessa estrutura. Sendo o trabalho a expressão da atividade humana,
a divisão do trabalho pode ser considerada como:
(A) o respeito às diferenças de gênero (homem/mulher) e
de etnias.
(B) a forma organizada de atribuir tarefas, sendo as
mais simples para os trabalhadores menos habilitados.
(C) o estabelecimento alienado da atividade humana
genérica real ou da atividade do homem enquanto ser genérico.
(D) a condição de tornar o produto mais simples, na
medida em que o trabalhador o confeccionará com maior propriedade.
(E) a forma
planejada de organização do trabalho dependendo, porém, da integração
voluntária dos trabalhadores.